23 de jun. de 2014
24 de abr. de 2014
18 de abr. de 2014
minha homenagem a todos os blogueiros
eu já tive um blog. eu já tentei ter um blog muitas vezes. este, por exemplo, é um blog que eu tive. que eu tenho. um blog que eu tentei ter muitas vezes. as pessoas acham que tudo é fácil na internet. mas eu não acho que é fácil ter um blog.
11 de set. de 2013
Dublin (21-08-2013 a 11-09-2013)
Nota 1: Dublinenses também são adeptos dos alarmes de carro que barbarizam na madrugada.
Nota 2: Brasileiros encontrados nas prateleiras dublinenses até agora: Paulo Coelho, Glauber Rocha, Fernando Meirelles e Kleber Mendonça Filho.
Nota 3: Não tentar acompanhar o ritmo dos irlandeses na bicicleta.
Nota 4: Gilberto Gil também consta em prateleiras dublinenses.
Nota 5: Em qualquer lugar do mundo, o trânsito desperta o monstro que existe nas pessoas.
Nota 6: Em menos de duas semanas, tentam roubar tua bicicleta. Como é bom estar em casa.
Nota 7: Perder peso na primeira semana, comer um pote de nutella na segunda.
Nota 8: Que moda é essa de deixar o carro metade estacionado na calçada, metade na rua?
Nota 9: A saudade da violência policial contra os marginalizados e a revolta em relação à Garda, por ela não baixar o cacete nos adolescentes que cometem furtos pela cidade, parecem ser a marca registrada dos brasileiros em Dublin. Nossa ignorância patológica é muito grave.
Nota 10: Desculpa, vizinho, é que tava tudo lotado.
Nota 11: Recebi outro bilhetinho nervoso relativo à estacionamento de bicicleta - dessa vez, na minha nova e definitiva residência. Agora, me diga, como é que um novo morador adivinha que um lugar numa área comum é "reservado"? E como faz pra reservar um espaço numa área comum de um prédio? Milícia do universo ciclístico.
Nota 12: Meu bairro, Rathmines, tem os cachorros mais expressivos, desengonçados e engraçados que já vi. Pena que eu não tenho instagram pra mostrar pra vocês.
12 de jul. de 2012
Sobrevivendo a este poema
Confesso: não pude desamar de ti.
Tornei-me, então, tua mãe.
Afinal, não serias o meu homem,
eu sabia. Não vacilei, e dedico-me
à condição mais intestina,
mais doce – a de quem cozinha,
cose, espera, cala, tece,
aconselha, espera, vela
(mesmo que não, é como se fosse),
à condição de quem vê passar
o tempo no cabelo, nos gestos,
nas histórias, nos amigos, nos dentes
do seu pequeno príncipe, do seu dolorido,
do seu príncipe feliz.
Porque não me querias como homem,
porque não poderia ser teu pai,
restou-me não ser menos que este amor
que segue ao teu lado
mesmo quando é tão distante teu caminho,
teu silêncio, teu passo rápido, teu sonho.
Choro,
que o destino das mães é sempre triste.
Porque é triste não poder ser
a mulher do seu menino.
(Poema Mais doce, de Eucanaã Ferraz)